Resumo da Qualificação:

Entre os esforços necessários para a implementação de políticas públicas de desenvolvimento sustentável, a saúde tem alta significação, isto torna prioritárias as políticas de proteção e promoção social nesse setor, pois leva-se em conta seus benefícios para o bem-estar social, a economia e o meio ambiente. Nesse contexto, a saúde, em uma determinada sociedade, emerge como uma construção histórica, em sua essência, pelo seu modo de produção e consumo. (BRASIL, 2011).

 No âmbito da saúde, uma iniciativa importante foi a Conferência Mundial sobre os Determinantes Sociais da Saúde, realizada pela Organização Mundial de Saúde- OMS, no Rio de Janeiro, em 2011, que integrou, em escala global, os esforços de aproximar a saúde do desenvolvimento sustentável. Inspirados nesses marcos globais, onde o desenvolvimento sustentável estabelece um diálogo profundo com a saúde, propomos a construção de novos compromissos que reiterem e avancem esta relação intrínseca da saúde com o desenvolvimento sustentável (BRASIL 2011).

O Ministério da Saúde, em setembro de 2005, assumiu, através da publicação da Política Nacional de Promoção da Saúde (BRASIL, 2010), o compromisso, dentre outros, de reorientar as práticas de saúde de modo a permitir a interação saúde, meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

Nessa perspectiva, torna-se fundamental investigar as experiências vivenciadas pelas gestantes durante a assistência ao pré-natal e  perceber se  há acolhimento adequado nas consultas desenvolvidas pelos profissionais médicos e enfermeiros, com ênfase no desenvolvimento sustentável, junto à Estratégia Saúde da Família-ESF Misericórdia, para buscar uma melhor assistência à saúde da mulher na gravidez,  a fim de contribuir com a qualidade do serviço ofertado e assegurar um pré-natal tranquilo às gestantes. Motivo pelo qual as gestantes serão sujeitos da investigação a que se propõe este estudo.

A assistência pré-natal constitui-se como espaço fundamental para fomentar mudanças no núcleo do cuidado, com vistas a acolher a gestante, garantindo seu direito a uma atenção de qualidade, como componente da cidadania (Brasil, 2000). Tal entendimento só se tornou possível mediante modificações nas políticas de saúde e rupturas paradigmáticas no modelo assistencial.

A noção de acolhimento assume lugar de destaque na reorientação do Sistema Único de Saúde (SUS), visto que busca superar a hegemonia do modelo biomédico centrado na doença, no tecnicismo e na verticalidade das ações entre profissionais de saúde e usuários (Bosi; Mercado, 2006). A alteração desse modelo assistencial vigente só é possível com suporte em uma mudança no núcleo tecnológico do cuidado fundamentada no acolhimento como modo de se produzir saúde (MERHY, 2002).

A pesquisa será do tipo exploratória, utilizando abordagem qualitativa.  A abordagem qualitativa de pesquisa tem raízes no final do século XIX. A pesquisa qualitativa é, pois, marcada em sua história por uma forte raiz
nas Ciências Sociais e Humanas, especialmente por Sociologia e Antropologia.
Ao longo dos anos, sua elevada capacidade de agregar conhecimentos e sentidos
aos fatos estudados que, muitas vezes, os números e os testes estatísticos não
alcançam, fez com que esta modalidade de investigação fosse contemplada na
área da saúde em geral e da saúde coletiva em particular (BRASIL, 2018). Nessa mesma ótica, afirma Santos, 2016 que o reconhecimento da pesquisa qualitativa no campo das ciências da saúde, bem como a sua popularidade, tem aumentado de maneira significativa nas últimas décadas.

A pesquisa será realizada com as gestantes usuárias do Sistema Único de Saúde-SUS provenientes da Estratégia Saúde da Família Misericórdia, localizada no bairro Seminário, no Município do Crato-CE.