Jogo, Vida e Utopia: Reflexões Sobre o Jogo como Recurso Pedagógico à Luz da Teoria de Bernard Suits
ensino de filosofia; jogo; gamificação; engajamento.
A presente dissertação investiga o potencial do jogo de tabuleiro como ferramenta pedagógica para intensificar o engajamento discente nas aulas de Filosofia e, concomitantemente, aprimorar o processo de ensino-aprendizagem. Ancorada na hipótese de que o jogo — enquanto atividade lúdica dotada de valor intrínseco — e a assunção desse caráter lúdico em práticas pedagógicas podem estimular a motivação intrínseca dos discentes, a pesquisa mobiliza três aportes teóricos: a concepção de jogo de Bernard Suits, que enfatiza o caráter autotelético do jogo e sustenta que sua adequação a fins pedagógicos pode apresentar resultados significativos; as formulações sobre gamificação de Karl Kapp e Raul Busarello, que orientam a incorporação de mecânicas, dinâmicas e estéticas lúdicas para promover engajamento em atividades que, originalmente, não são lúdicas; e as perspectivas de Mário Ariel González Porta, que defendem um ensino de Filosofia centrado em problemas — abordagem que se distancia do modelo tradicional de mera reprodução conceitual e abre espaço para a aplicação de experiências lúdicas e gamificadas no ensino filosófico. Com base nessas referências, a investigação propõe-se, por meio de um desenho de pesquisa-ação, a conceber, prototipar e aplicar em contexto escolar um jogo de tabuleiro didático que implemente de modo deliberado os elementos teóricos de Suits e os recursos de gamificação indicados por Kapp e Busarello, ao mesmo tempo em que operacionalize práticas de ensino por problemas postuladas por Porta. A avaliação enfocará o efeito do protótipo sobre o engajamento e o desenvolvimento de competências filosóficas, além de discutir suas implicações pedagógicas e possibilidades de escalabilidade.