Banca de QUALIFICAÇÃO: ANTONIO VIANA LOPES NETO
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANTONIO VIANA LOPES NETO
DATA : 05/09/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Ocorrerá de forma remota pelo google meet
TÍTULO:
ANÁLISE FISIOLÓGICA E BIOQUÍMICA DE CULTIVARES DE SORGO FORRAGEIRO (Sorghum bicolor L. Moech) NA ADAPTAÇÃO AO ESTRESSE HÍDRICO |
PALAVRAS-CHAVES:
Sorgo, Estresse Hídrico, Fotossíntese, Condutância estomática |
PÁGINAS: 86
RESUMO:
As pastagens são importantes fonte de alimento para animais, principalmente para os bovinos. O sorgo (Sorghum bicolor L. Moech) tem se tornado uma ótima opção frente a outras gramíneas, devido a sua robustez e resistência. Tendo a capacidade de gerar uma grande biomassa e ser útil tanto para a produção de grão e forragem. Diante disso esse estudo visou analisar as respostas bioquímicas e fisiológicas do sorgo frente as condições de escassez de água. Para verificar essas respostas alguns parâmetros foram avaliados em dois experimentos. No 1º experimento 4 cultivares de sorgo (catissorgo, SF 15, CSF 18 e CSF 20) foram cultivados em jarros com areia de rio lavada e 30 dias após a germinação foram submetidos a seca (capacidade de campo em 20%) durante 15 dias. Após esse período foram avaliados: massa e altura das plântulas e suas partições (folhas, caule e raiz); Açúcares Solúveis Totais (método fenol-sulfúrico- Dubois); Aminoácidos Solúveis Totais (método da ninhindrinaSmith e Agiza); Prolina (método de Bates para prolina livre); Sacarose (método de antrona- Van Handel) e Açúcares redutores (Somogyi-Nelson) das folhas e raízes e conteúdo relativo de água. Foi medido a transpiração das folhas diariamente durante os 15 dias de estresse. No 2º experimento foi selecionado dois cultivares mais contrastantes, o catissorgo (mais tolerante) e o SF 15 (mais sensível) com um tempo maior (30 dias) de estresse hídrico e as mesmas análises que o 1º experimento (analisados apenas as folhas) foi realizado a fim de ver a resposta desses cultivares a um tempo maior de seca. Além disso o vazamento de eletrólitos foi medido; a fotossíntese, a condutância estomática e fluorescência de clorofila foram medidos aos 30 dias de estresse. No 1º experimento foi encontrado nas análises morfométricas que o cultivar catissorgo não teve alterações significativas. Enquanto o cultivar SF 15 apresentava as maiores variações (em relação a massa fresca teve uma redução de 69,75% entre o tratamento controle e o estresse). As análises morfométricas de caule e raiz praticamente não tiveram mudanças significativas entres os tratamentos e os cultivares. Nas análises bioquímicas os açúcares solúveis tiveram um acúmulo bem interessante no cultivar catissorgo (praticamente dobrou a quantidade entre os tratamentos controle e o estresse). Nas raízes não ocorreu grandes variações, mas, certo aumento foi encontrado entre os tratamentos controle e estresse de todos os cultivares. A sacarose não teve significância entre os tratamentos de todos os cultivares, mesmo tendo um acúmulo maior nos tratamentos sob estresse. Isso indicando uma movimentação no sentindo de acúmulo de substâncias osmoticamente ativas. A sacarose já se mostrava em quantidades bem consideráveis nas folhas. Já os aminoácidos solúveis tiveram aumento entre os tratamentos em todos os cultivares nas folhas velhas (folhas totalmente expandidas). As raízes de catissorgo, CSF 18 e CSF 20 tiveram acúmulo nas plantas estressadas, assim como a prolina nos cultivares catissorgo e CSF 20. Indicando que esse osmólito contribui em situações de estresse na absorção de água pelas raízes. A transpiração começou a ser afetada no SF 15 a partir do 3º dia de estresse indicando um fechamento estomático precoce, em contrate ao catissorgo que manteve os seus estômatos mais tempo aberto, tendo uma regulação a partir do 10º dia de estresse. O conteúdo relativo de água de todos os cultivares em estudo durante o período de estresse foi mantido na média entre os tratamentos, indicando que o fechamento dos estômatos foi importante nesse processo de manutenção da água na planta. No 2º experimento os valores de altura e massa fresca em ambos ao passarem dos 15 dias de seca tiveram comportamento parecido indicando que um tempo mais prologado de escassez de água é sentido nos dois cultivares, mas, o SF 15 tendo uma redução maior entre os dois tratamentos. Em relação aos osmólitos ambos tiveram aumento, mas, o catissorgo tendo o tratamento estresse acumulado maior quantidade entre todos. Na fotossíntese o catissorgo não teve redução dela, enquanto o SF 15 teve uma redução de 58,95%, isso acabou refletindo em perda de massa fresca, altura e outros parâmetros morfométricos. Mesmo com a não redução da fotossíntese a eficiência de carboxilação no catissorgo foi bastante afetada pela seca. Mas, mesmo assim conseguiu manter níveis elevados de açúcares solúveis e outros osmólitos, mantendo assim, um bom conteúdo relativo de água. Nas análises do fotossistema II (PSII) pela fluorescência de clorofila foi possível ver que o catissorgo consegue manter seu fotossistema bem ativo, tendo uma eficiência máxima do fotossistema alta devido a manutenção boa na fração de energia alocada para a fotoquímica e não tendo aumento de energia dissipada nas antenas do PSII. No SF 15 esses parâmetros tiveram boas alterações quando comparados os dois tratamentos. Desse modo o cultivar catissorgo mostrou-se mais adaptado a períodos prolongados de seca e tendo respostas bioquímicas e fisiológicas bastante interessantes e que mais
estudos são necessários para elucidar seus mecanismos de resistência. |
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MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - RACHEL HELLEN VIEIRA DE SOUSA LIMA
Interno - FRANCISCO NASCIMENTO PEREIRA JUNIOR
Presidente - JUAN CARLOS ALVAREZ PIZARRO
Interna - KAMILA CAMARA CORREIA